segunda-feira, 16 de maio de 2011

PRESO PELA GATA

"Não me dêem fórmulas certas, 
por que eu não espero acertar sempre. 
Não me mostrem o que esperam de mim, 
por que vou seguir meu coração. 
Não me façam ser quem não sou. 
Não me convidem a ser igual, 
por que sinceramente sou diferente.
Não sei amar pela metade. 
Não sei viver de mentira. 
Não sei voar de pés no chão. 
Sou sempre eu mesma, 
mas com certeza não serei a mesma pra sempre" 
Clarice Lispector




Ela me ligou no meio de uma corrida no park da cidade onde tirei um pouco do meu tempo para escutar as musicas da ADELE enqto pensava na vida. Ate a chamei para correr comigo mas ela rejeitou, estava meio que cantarolando as musicas entre o park do cerrado e outras tantas pessoas correndo, suando e ouvindo as batidas de um jazz cantado por uma gaulesa.

A ligação era para me pedir ajuda-la na troca de um pneu, Hanna, loira fatal, linda, de um sinceridade que se torna uma das suas mais fieis grandezas, sem falar que sorriso é totalmente felino e de um olhar tãoa predador como o de uma gata fatal pronta pra dar um bote em sua presa. Lembra me sempre a Michelle Pheifer no filme Batman.

E a estoria teria sido muito sem graça se tivesse parado por ai, mas não deixamos a troca do pneu para outro dia e fomos pra uma festa horrivel. Mas de manha fui la e mostrei meu lado borracheiro, sem camisa, suando, sol torrando meu bronzeado do mediterraneo e efetuei o serviço de boa. Porem em sua casa no outro dia Hanna me tirou pra conversar e falou sobre sua vida, deitei na cama e ela com seu jeito unico começou a ser sincera comigo. Falamos sobre paixões, logo o assunto puxou pra pessoas que sem querer tomam lugares em nossas vidas, e que de colegas se tornam amantes e de amantes se metamorfoseam em amigos fiéis. E como fica o amor nisto tudo, é vira um cambalacho mesmo e o amor se torna em algo que não é sentimento carnal mas algo de gostar da presença da pessoa e da energia que ela transmite, só de olhar pra ela, esta mesma pessoa consegue interpretar nosso sentimento no momento.

A Hanna derrepente me fala que teve duas mães... Como ouvinte fiquei calado esperei ela explicar, sobre o fato dela ter crescido com duas mães, não pensei em nada apenas deixei ela desenrolar os fatos. Ela me disse que sua mãe havia casado muito cedo, com o pai dela e teve três garotas, mas quando ela tinha ainda meses de vida sua mãe deu um basta em um casamento cheio de amargura, onde apenas uma pessoa se entregava, todos viam apenas uma mulher bem sucedida com um homem que seria ser o promissor atraves dos bens da esposa. Porem neste casamento a opinião desta mulher nunca era levada em conta, ela morria cada dia calada em sua prisão sem muros, criava suas filhas estava no meio da sociedade, mas suas emoções gritava para pular deste vagão de trem que corria para um destino que a cada dia lhe deixava mais amargurada, neste momento imaginei o casamento de minha avó (que casou sem amar meu avô). Hanna, simplesmente me falava da força que sua mãe teve para não pular desta vida a qual ela estava acorrentada por varios anos, ate que apos seu nascimento ela não conseguiu mais se segurar, e deu seu salto para felicidade.

Conseguindo se salvar das profundezas de uma mar de tristeza sem fim que estava se afogando. Imagino aquela cena que pra mim mais parecia de uma amazona da ilha de Temiscera, na arena do coliseu preparada para ser devorada por leões e/ ou então ser massacrada por uma legião de gladiadores loucos pra comer sua carne com toda uma multidão envolta assistindo de camarote aquele show. Ela evocou todos os poderes em forma de muita coragem pra se separar daquele marido e declarar sua liberdade, apos ter se separado do marido ela se apaixonou por outra mulher, uma pessoa que desta vez fez seu destino se transformar. Ela pulo do trem em movimento, suas filhas mais velhas ficaram contra, Hanna cresceu com a situação, o pai renegou as filhas, a família desta mulher virou as costas para ela.

Mas desta vez ela era livre, se tornou um empressaria, rompeu os grilhões que a socidedade empunha sobre seus pés e mãos. Hoje em dia elas não vivem mais juntas, porem Hanna viu sua mãe ser feliz de uma maneira unica. Elas ficaram casadas por mais de 10 anos, criaram uma garota hetero, sem problemas psicologicos, alias mais lucidas que muitos por ai, sem falar numa pessoa bonissima, uma das mais interessantes. Hanna não tem vergonha da mãe, alias, para ela esta mulher é sua heroina, sua mulher maravilha.












Se ninguém sofre de amor
por esse coração despedaçado
é porque ainda não encontrou
o amor que mora a seu lado!

Jinhos, Tytta





3 comentários:

Anônimo disse...

Adoro a clarice Lispector!

Cirisley Steinberg disse...

O melhor da Clarice é a sua sutileza para as palavras do cotidiano, realmente Kinha ela é perfeita em sua emoções

Mark disse...

Olá!

Adorei o texto e a foto dos dois leões, o maior e o bebé. Que imponência de foto! A força e a fraqueza tão de perto. (: